28.10.13

O PIOR QUE PODE ACONTECER A UM POVO É PERDER A CONFIANÇA NOS QUE O GOVERNAM, ESTE JÁ PERDEU A NOSSA HÁ MUITO TEMPO!!

SEDES diz que já "ninguém confia" no Governo

por Francisco Mangas 
A Sedes é liderada pelo antigo ministro das Finanças, Campos e Cunha
A Sedes é liderada pelo antigo ministro das Finanças, Campos e Cunha Fotografia © Pedro Granadeiro/Global Imagens
As políticas "erráticas" e decisões "fora do tempo" abrem caminho à "incerteza e "desconfiança", que são "incompatíveis" com recuperação económica, investimento e emprego, diz a SEDES, na sua última avaliação das políticas de combate à crise.

É uma tomada de posição muito crítica daquela associação cívica sobre políticas seguidas pelo Executivo de Pedro Passos Coelho. À situação económica e social "dramática" dos dias que correm, junta-se a "incerteza" a minar a confiança dos portugueses. "Ninguém confia em quase nada que seja prometido pelo Governo: isto é incompatível com uma saudável vivência democrática".

Num documento, a SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social ), presidida por Luís Campos e Cunha, afirma que a crise económica e social - "de proporções inesperadas até pelos mais pessimistas" - encontra a sua origem nas políticas adotadas na última década, "agravadas pelo caminho seguido nos últimos anos".
O Estado esteve "a dias de cessar pagamentos". No entanto, o acordo com a "troika", "longe de ser perfeito, evitou o pior", afastou o cenário de bancarrota. Esse acordo, lê-se no documento, "só era relevante para evitar essa cessação de pagamentos". Sendo assim, a ideia transmitida de que o "Estado está falido e, como tal, tudo é aceitável é, e tem sido, um erro grave: o acordo com a troika fez-se exatamente para evitar essa falência".
Por outro lado, "erros de comunicação, políticas erráticas e decisões fora do tempo" abrem caminha a uma "incerteza absolutamente desnecessária" e a "um ambiente de desconfiança" em relação ao Estado de de Direito. Incerteza e desconfiança, na perspetiva dos responsáveis da associação cívica, são "incompatíveis com a recuperação da economia, do investimento e do emprego".
Todos as semanas "escutamos anúncios de medidas que abrem novas frentes e criam medo e incerteza". A SEDES dá, como exemplo, a questão das pensões de sobrevivência. "Sem discutir se a política em causa é boa ou má, contesta-se sim a errância das decisões, a confusão dos conceitos, a impreparação das soluções, a intermitência dos anúncios, a contradição dos agentes". Via: DN