Orçamento Gaspar diz que chuva prejudicou o investimento até Março
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, afirmou hoje que "o comportamento do investimento é muito preocupante", mas argumentou que foi prejudicado pelas "condições meteorológicas" no primeiro trimestre do ano, que prejudicaram a construção civil.
"Naturalmente, o comportamento do investimento é muito preocupante, sendo, no entanto, que o investimento no primeiro trimestre deste ano é adversamente afetado pelas condições meteorológicas nos primeiros três meses do ano que prejudicaram a atividade da construção", afirmou Vítor Gaspar.
"No primeiro trimestre de 2013 temos um abrandamento de contração do ritmo da atividade económica muito expressivo de menos 1,8 para 0,4. Mas, mais importante, aproximamo-nos da medida da área do euro, que tem uma contração de 0,2 e isso compara com a nossa contração de 0,4", disse.
"No primeiro trimestre de 2013 temos uma contração a atividade económica em Portugal menor do que outros países da área do euro e da União Europeia, incluindo a Espanha e a Itália 03:10, que têm, nesse trimestre, uma contração de 0,5%", acrescentou.
O deputado Pedro Marques tinha confrontado o ministro com o que considera ser uma alegada "martelada de 7 décimas no deflator do PIB" e Honório Novo tinha perguntado se o ministro se tinha apercebido que "a OCDE e o INE tinham destruído literalmente todas as projeções macroeconómicas do DEO [Documento de Estratégia Orçamental] e do Orçamento Retificativo".
"Nas previsões das OCDE as hipóteses de política orçamental são diferentes das que estamos hoje aqui a discutir, e essa diferença de hipóteses técnicas que esta explicitamente reconhecida no documento da OCDE tem implicações muito significativas no deflator do PIB", respondeu.
"Acontece também que a reposição dos subsídios decidida em resposta ao acórdão do tribunal constitucional tem como consequencia que o deflator do consumo público será maior e isso refletir-se-á no deflator do PIB. Trata-se, senhor deputado, de uma identidade contabilísticas com pouca carga ideológica", acrescentou.
Honório Novo tinha começado por citar o parecer do Conselho Económico e Social ao DEO, afirmando que "ignora que a questão fundamental é o crescimento económico".
"Até o Conselho de Finanças Públicas e a doutora Teodora Cardoso - sempre tão carinhosos com o Governo, que lhes paga milhões de euros - afirma não ser possível entender a lógica das suas previsões ou resultados", sustentou o deputado comunista.
"Está tudo maluco à sua volta e o senhor é o único iluminado por uma luz do ‘Além' ou do gabinete do ministro alemão das Finanças?", questionou.
O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, interveio para reiterar que o debate entre a consolidação orçamental e o crescimento é um "debate estéril", argumentando que é preciso crescer ao mesmo tempo que se diminui a dívida, insistindo no "apelo aos contributos dos partidos da oposição para o memorando do crescimento".
Álvaro Santos Pereira salientou que o Governo decidiu antecipar medidas que estavam na estratégia de crescimento, emprego e fomento industrial, "avançando já com o super-crédito fiscal, avançando já com a prorrogação e ampliação do regime fiscal de apoio ao investimento, avançando já com o IVA de caixa, avançando já com uma redução de 80% da taxa de utilização portuária, avançando já com medidas para o financiamento".
O ministro referiu-se também à reunião que terá hoje, em conjunto com o ministro das Finanças, e a associação portuguesa de bancos, para "negociar melhores condições de financiamento, melhores ‘spreads' para as instituições financeiras".
em: Notícias ao Minuto