29.5.13

É EXACTAMENTE ISSO. OS POLÍTICOS DA DIREITA ALEMÃ NÃO SE CANSARAM DA PROPAGANDA DA CIGARRA E DA FORMIGA.(foi a própria Merkel que a propagou), ELES SÃO A FORMIGA E NÓS A CIGARRA. E ISSO ESTÁ ENRAIZADO NA CABEÇA DE QUASE TODOS OS ALEMÃES. desmentir como? se a mentira lhes interessa , até para ajudar a CDU/CSU a ganhar as eleições- Não estou a ver o Steinbruck com as gafes que tem cometido, ganhar nada. Já não há estadistas como um Willy Brandt ou até como um Helmut Schmidt. A Alemanha também já não é o que era no tempo em que eu por lá estive. Não havia racismo, nós éramos tratados exactamente como os alemães.

29.5.13


Mentiras perigosas



«Antes das eleições alemãs de Setembro conviria que falsidades sobre a crise financeira da Europa, tomadas por verdades pelos alemães, fossem desmentidas. Com votos à porta, não é de esperar que tal desmentido venha dos políticos que as espalharam (a começar por Angela Merkel e incluindo alguns dos seus opositores sociais-democratas). Mas é preciso que os eleitores sejam esclarecidos, sob pena do fosso entre o Norte e o Sul da Europa (e o fosso entre os alemães e quase todos os outros) se cavar ainda mais, do projecto político chamado União Europeia ser abandonado e, mais tarde ou mais cedo, da guerra tornar a ser um dos métodos usados pelos países europeus para resolverem problemas entre si.

A maioria dos alemães está convencida de que os países do Sul vão mal porque foram imprevidentes (como a cigarra da fábula de La Fontaine) e que eles, contribuintes alemães (a formiga da fábula) não estão mais dispostos a continuarem a sustentar vícios alheios. Acredita-se que há na Europa países permanentemente devedores (ao Sul) e países permanentemente credores (ao Norte). Por tudo isto, quer-se que a correcção técnica das falhas de governação financeira que contribuíram para a crise actual, sirva de castigo à alegada imoralidade da gente do Sul. (...)

E o carácter punitivo da correcção é cegueira política. Causa muito sofrimento desnecessário e enraivece europeus uns contra os outros numa altura em que ou nos aguentamos todos juntos ou vamos pró maneta cada um para seu lado. Em Bona percebiam estas coisas. Em Berlim não sei. Era preciso que alguém ajudasse os alemães a aprenderem a lidar com o seu destino.» 

 José Cutileiro
eu tirei do blog: Entre as brumas da memória